O inversor híbrido ainda é novidade no mercado solar, e seu funcionamento e uso geram muitas dúvidas. Como ele funciona? Será que você precisa de um? Descubra aqui!
Híbrido é o nome dado para o resultado da cruza de duas raças ou espécies de animais. Essa prática permite unir características de animais diferentes, gerando novos animais com capacidades únicas. O mesmo termo foi adotado para classificar máquinas, dispositivos e outras construções humanas que herdam características de duas ou mais categorias.
O mais conhecido exemplo de híbridos são os carros: existem carros movidos à combustível e movidos por energia elétrica, dentre outros. Um carro híbrido junta as duas coisas: possui tanto um motor de combustão interna quanto um motor elétrico, mantendo a potência enquanto economiza combustível. Por causa disso, a palavra híbrido também remete à versatilidade, flexibilidade e autonomia.
E o inversor híbrido não escapa dessa regra. Que características ele une? Esse tipo de inversor pode alimentar um imóvel ou propriedade com mais de uma fonte energia. Mas ele vai além disso — o inversor híbrido faz isso de forma inteligente.
Para ficar tudo bem claro, vamos primeiro entender como os inversores funcionam, como ficam (ou não) conectados à rede elétrica, e como um inversor híbrido entra nessa história.
Para quê serve um inversor?
Dito de maneira bem simples, um inversor inverte o tipo de corrente elétrica. Uma corrente elétrica é um fluxo de energia causado pelo movimento dos elétrons. Esse movimento só acontece em materiais que conseguem conduzir energia elétrica. Assim, com uma corrente elétrica, podemos fazer todos os nossos aparelhos elétricos e eletrônicos funcionar.
Porém, existe mais de um tipo de corrente elétrica. Os dois tipos principais são a corrente contínua e corrente alternada. Em uma corrente contínua, os elétrons se movem em um sentido constante, como se corressem em um circuito. Já na corrente alternada, os elétrons mudam o sentido em que se movem o tempo todo, em um vai e vem constante e rápido.
Que diferença isso faz? Correntes contínuas transmitem suas forças por dentro de materiais que conduzem energia. Por isso, correntes contínuas geram muita resistência e ainda precisam de circuitos eletrônicos para alterar a tensão (popularmente chamada voltagem). Já as correntes alternadas enviam sua força através do campo eletromagnético, onde as perdas são menores, e a tensão é fácil de alterar. Ou seja, a corrente alternada permite a transmissão de energia com maior facilidade e menores percas, especialmente em grandes distâncias.
O problema da história toda é que as casas recebem energia em corrente alternada, já que a energia precisa vir de longe, de uma usina até as casas. Mas os painéis solares, quando geram energia, criam uma corrente contínua. Ou seja, a energia gerada pelos painéis é incompatível com as residências e outras propriedades. Por isso, é necessário um equipamento que transforme a corrente contínua em corrente alternada, para podermos usar dentro de casa. Essa é a função do inversor.
Mas os inversores também interagem com outras fontes ou redes de energia. Existem três categorias de conexão dos sistemas solares das casas com a rede elétrica. Vamos entender isso melhor agora.
Sistemas conectados à rede elétrica — on grid
On grid significa ‘na rede’, mas também pode ser traduzido como ‘participando da rede’ ou ‘incluso na rede’. Isso significa que nos on grid, o sistema fica conectado à rede elétrica local. Esses sistemas possuem inversores que enviam as sobras de energia gerada de volta para a rede elétrica. A energia fica disponível para ser usada por outras pessoas, e em troca, o gerador dessa energia recebe créditos para reduzir os custos da fatura de energia. Os sistemas on grid também são chamados de grid tie.
A principal vantagem dos sistemas on grid é que o gerador continua tendo acesso à energia elétrica da companhia local de energia mesmo em períodos sem geração de energia solar. A desvantagem é que o gerador continua consumindo energia gerada pelas grandes usinas, ou seja, continua dependente da rede elétrica local. É bom lembrar que muitas vezes essa energia é gerada por meios danosos ao meio ambiente.
Portanto, um inversor on grid trabalha conectado à rede local, e não é compatível com bancos de baterias.
Sistemas autônomos — off grid
Do outro lado, temos os sistemas desconectados da rede elétrica — os off grid. Isso significa que o inversor desse tipo de sistema não envia energia excedente para a rede elétrica. São sistemas que estão por conta própria, e não podem contar com ajuda da rede local quando os painéis solares não conseguem gerar energia. Por isso, esse tipo de sistema depende de um banco de baterias para armazenar energia. Caso contrário, a energia gerada que sobra acaba se perdendo, e o proprietário não terá energia para usar durante a noite ou em outros períodos sem geração.
A principal vantagem dos off grid é a independência da rede local — não há fatura de energia chegando todo mês. Porém, esses sistemas dependem do banco de baterias para fazer bom uso da energia. O problema é que as baterias exigem alguns cuidados a mais, e perdem um pouco de energia no processo de carga e descarga. Além disso, em dias com consumo mais alto que o normal, o proprietário pode ficar sem energia caso as baterias se esgotem. Nessas horas, alguns proprietários preferem pagar por um pouco mais de energia do que ficar no escuro.
Diferente dos on grid, um inversor off grid trabalha conectado a um banco de baterias, e não à rede local. É bom lembrar que as baterias funcionam em corrente contínua, portanto, ficam conectadas ao inversor antes da inversão de corrente.
Sistemas com inversor híbrido
Por fim, temos o rei da versatilidade: o sistema com inversor híbrido. Estes sistemas podem tanto ser independentes da rede elétrica local quanto fazer bom uso dela — o que for necessário ou mais barato para cada ocasião.
O que torna um inversor híbrido?
Basicamente: a habilidade de combinar as modalidades on grid e off grid. Isso mesmo, um inversor híbrido trabalha com ambas ao mesmo tempo.
Em um imóvel ou propriedade, chamamos os consumos de energia de cargas. Um inversor híbrido pode alimentar as cargas usando tanto energia dos painéis ou das baterias quanto da rede elétrica local. Ele não depende apenas de baterias, nem tem grande dependência da concessionária de energia.
Gerenciamento de energia de um inversor híbrido
O inversor híbrido é adaptavél. Enquanto o sistema solar está gerando eletricidade ou há o suficiente nas baterias, o inversor alimenta as cargas com energia da geração própria (solar), que é mais barata do que a da rede. Mas quando não há geração e há pouca energia nas baterias, o inversor usa energia da rede para alimentar as cargas. Caso não haja consumo imediato, o inversor ainda pode enviar o excesso de energia gerada para a rede local em troca de créditos. Ou seja, a energia gerada pelos painéis nunca se perde.
Este tipo de inversor ainda pode escolher quem alimenta as baterias: se não há geração de energia por longos períodos, o inversor híbrido pode usar energia da rede para carregar as baterias. Mas por quê?
Um inversor híbrido pode ser programado não apenas para utilizar a forma de energia mais apropriada, mas também para fazer isso quando for mais vantajoso. Por exemplo, quando há longos períodos sem geração de energia, pode ser necessário usar energia da rede local para alimentar as cargas. Mas há um detalhe interessante: em algumas regiões, durante alguns períodos, a energia é mais barata. Comprar essa energia com preço reduzido para usar mais tarde reduziria os gastos com energia da rede local.
E é exatamente isso que um inversor híbrido pode fazer. Ele pode esperar por esses horários para carregar as baterias, e então utilizar a energia armazenada mais tarde, quando a energia é mais cara. Dessa forma, o inversor híbrido fornece a energia que faltou pelo melhor preço.
Com um inversor híbrido, o proprietário tem maior autonomia e economia através do banco de baterias, mas não fica na mão caso falte energia da geração própria. Este equipamento também evita que energia seja desperdiçada quando as baterias estão carregadas, mas ainda há sobra na geração de energia.
A programação de um inversor híbrido pode ser feita de acordo com as necessidades específicas de cada proprietário.
Dá para usar um inversor híbrido sem ter um banco de baterias?
Sim, é possível! Um inversor híbrido pode trabalhar tanto como inversor on grid, off grid, ou com os dois — híbrido. Quando instalado sem um banco de baterias, um inversor híbrido acaba atuando como inversor on grid. Portanto, se o dono do sistema planeja adicionar um banco de baterias no futuro, ele pode investir em um inversor híbrido, dispensando mão de obra e gastos adicionais no futuro.
Porém, é bom lembrar que o custo de um inversor híbrido é um tanto maior do que o de um inversor comum. Por isso, é bom avaliar bem.
Que tipo de inversor devo escolher?
O proprietário deve avaliar suas necessidades e o local onde vai instalar a energia solar, além do que planeja fazer no futuro.
Em locais com boa infraestrutura de energia e valores acessíveis, se manter conectado com a rede local com um sistema on grid pode garantir todo o fornecimento de energia sem grandes despesas adicionais.
Já em locais onde a energia elétrica custa caro e o uso de energia por parte do proprietário não é grande, um sistema off grid pode entregar o suficiente para suprir as necessidades. Também pode ser melhor optar por um sistema off grid em lugares onde a infraestrutura de energia elétrica é precária.
Mas se o ponto for ter energia elétrica sempre pelo melhor preço possível, o inversor híbrido é a chave. E lembre-se, o inversor híbrido pode trabalhar tanto de uma forma como de outra. Portanto, se o proprietário quer iniciar em uma das duas modalidades, como on grid, e no futuro evoluir o sistema de energia solar, um inversor híbrido pode deixar o caminho pronto para a expansão.
Pese os prós e os contras
O inversor híbrido pode fazer de tudo, mas não necessariamente é a melhor escolha para todos.
Prós | Contras |
– Versatilidade: funciona em qualquer categoria, tanto on grid quanto off grid, ou ambas juntas – Economia: quando é consumida energia adicional (da rede), garante o melhor preço da energia, usando apenas o que é necessário – Se adapta às necessidades e preferências do usuário – Fornecimento de energia sem interrupções: com um banco de baterias, é imune a apagões. Além disso, não fica na mão se as baterias se esgotarem | – Tem valor consideravelmente mais alto do que os inversores comuns – Exige maior infraestrutura, com instalação mais complexa – Elevado custo das baterias, com manutenção maior e vida útil menor do que a do sistema solar |
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